Plzeň e Pilsner Urquell
Nesse fim de semana resolvi sair de CBudějovicé e ir até uma cidade aqui perto, Plzeň. Fica a mais ou menos 140 km, quase duas horas de viagem de trem (R$ 15,00 pra ir e mais R$ 15,00 pra voltar). Minha ideia era ir de manhã e voltar no final da tarde. E foi o que fiz. Levantei cedinho pra poder tomar café e sair de “casa” a tempo de pegar o trem das 08:01h (isso, e um). Quando estava botando a mochila nas costas (jovens viajam de mochila), lembrei que tinha que comprar a passagem de ônibus até a estação de trem. Para isso eu sempre usava moedas e tirava o tíquete nas máquinas. E cadê as moedas? Não tinha moedas. Eu tinha dinheiro, mas a máquina não aceita. E como faz pra pagar com dinheiro? Converse com o motorista, em checo. Simples. Ou seja, fui a pé! Acho que são uns três, três quilômetros e meio. Estava um frio, mas um frio, mas um frioooo! Trocaria um rim por um gorro do Chaves! Até que tudo ia relativamente bem quando lembrei que não sabia direito o caminho para a estação; vcs conhecem meu passaporte. Fui indo meio no cheiro, vira aqui, vira ali... No desespero, abordei três policiais em um carro (rolou um pouco de inglês) e, milagrosamente, estava a uns trezentos metros da estação e cheguei a tempo. Daí pra frente sem grandes problemas, comprei a passagem e embarquei. Embora com o tempo ainda meio esquisito (muita neblina), a viagem foi boa e bonita. Viajar de trem sempre é legal na Europa. Cheguei a Plzeň pelas 10:00h e nessa altura o dia estava lindo, mas frio, frio, frioooo. Vcs já devem ter percebido alguma semelhança do nome da cidade com algo que gostamos bastante, certo? Pois é isso mesmo, estava em Pilsen, a cidade onde foi desenvolvido o nosso tipo de cerveja mais comum aí do Brasil. Foi fundada, oficialmente, em 1295 e nasceu como uma cidade dos reis; foi meio que encomendada, como Brasília. É a quarta maior cidade da República Checa: 170 mil habitantes (pouco mais que Catanduva). Não é exatamente uma cidade turística, mas tem seus encantos. O dia foi ficando maravilhoso. Percorri alguns pontos do centro histórico, como o museu regional (Bohemia Oeste; tem coisas do costume local, incluindo armas) e a catedral gótica de São Bartolomeu (a grande estrela da cidade; e bem bonita mesmo). Mas tava um frio, um frio, um frioooo; dez e meia da manhã e 0oC! No sol, pra onde todo mundo corre, até que estava agradável. Depois de passar por vários pontos, às 12:30h, horário oficial de Pilsen, estava na porta da outra cervejaria emblemática no país, a Pilsner Urquell. Esta aqui começou a funcionar como cervejaria em 1842 e vem vindo até hoje; já enfrentou bombardeio e inundação e continua fazendo (ótima) cerveja. Às 12:47h parti para um tour na cervejaria; R$15,00 por cabeça. Muito legal ver como funciona todo o processo, desde a fabricação da cerveja até o engarrafamento e distribuição, com direito a uma degustação meio pobretona (um copinho só). Não deu pra fotografar pq eles cobram uma taxa extra só pra isso e eu economizei essa grana; era quase o mesmo preço da visita; sacanagem. Pela primeira vez em 20 dias falei em português ao vivo com alguém; no grupo estavam dois casais brasileiros, um de São Paulo e outro de Brasília. O passeio acabou lá pelas 14:45h. Imediatamente, saí de um prédio e entrei em outro. Já havia visto que tem um restaurante no complexo da fábrica chamado Na Spilce. Entrei e encontrei um ambiente amplo, bastante cheio, com uma bandinha “alemã” e cheiro muito bom de comida no ar (além, é claro, do elementar cheirão de cigarro). Estava com um pouco de pressa: queria pegar o trem das 16:03h (isso, e três). Pedi um prato de linguiças grelhadas, com um repolho cozido (parecia um chucrute cozido) e uns bolinhos de batata (que são tão pesados quanto as bolinhas que tem no condomínio do Carlão) cobertos com cebola frita (dez “real” por esse prato). No fim, era só um acompanhamento pro meu canecão de Pisner Urquell não filtrada e tirada direto da fonte. Com a alma lavada e enxaguada, encarei as duas horas de trem de volta “pra casa”. Quase tudo perfeito, faltaram apenas minha família e meus amigos que, mesmo não estando por aqui, não saíram da minha cabeça o tempo todo. Ahoy. Nashledanou