sábado, 12 de novembro de 2011

Republica Checa 11/11/2011

Indika Restaurace & Bar

Pra gente não é muito comum (sendo generoso, pq em RP acho que não existe), mas aqui tem vários restaurantes indianos. Eles, como os chineses, são fáceis de encontrar e são bastante apreciados pelo pessoal daqui. Eu já conhecia alguma coisa de comida indiana na teoria. Quem me conhece sabe que gosto de assistir programas de “aventuras culinárias” e um dos destinos mais comuns desses programas é a Índia. Mas na prática mesmo, muito pouco, pouco mesmo. Andando pelas ruas daqui nos primeiros dias que cheguei, encontrei o Indika (http://www.indickarestaurace.cz/). O que me chamou a atenção, além da possibilidade de experimentar esse tipo de comida, é que na rua eles colocaram um tipo de um toten com o cardápio, em inglês também. Um tempo depois, estava procurando um lugar onde comer em uma sexta-feira à noite e me lembrei desse indiano. Tentei a sorte. Na primeira vez é meio estranho, pq fica em um prédio. Vc tem que entrar e subir umas escadas pra então chegar ao restaurante; e é bom não errar o caminho, senão pode ficar esquisito. Logo de cara estavam os garçons e já vieram com cumprimentos checos. Falei um “boa noite” em checo e já pedi a mesa em inglês pra ver no que dava. Deu certo, o rapaz já engatou a falar e me arrumou uma mesa. O salão é amplo e pintado com cores vivas. Na parede principal, tem uma pintura do Taj Mahal e sei lá mais o que; o gosto é meio duvidoso. Há também alguns enfeites típicos da Índia e umas bandeirolas ao longo de todo o restaurante. Sentei, peguei o cardápio, e o cara na minha cola. Pedi uma Pilsner Urquell e me pus a ler o dito-cujo. O inglês ajuda, muito, mas ter ideia do que significa “molho suave”, “molho masala” e “curry” em termos de queimadura na boca, fica meio difícil, e arriscado. Troquei uma ideia com o garçom e escolhi um tal de Chicken tandoori: pedaços de frango assados em um forno indiano de cerâmica, o tandoor. E para acompanhar ele sugeriu naan, que é um pão simples (farinha e água só, acho), feito no tandoor (eles grudam a massa do pão na parede do forno) e depois lambuzado com ghee (a manteiga clarificada; deixa a manteiga derretendo em fogo baixo e vai retirando a “nata”, que, nesse caso, é a proteína; aí vai ficando só gordura mesmo). Sexta-feira, semana toda a sanduíche... Quase tive um treco. Comi “de bater a testa na mesa”. Estava bom demais. Nem ardido, nem sem graça. O pão é uma delícia e os molhos pra acompanhar, muito bons. Quando fui embora, já fiz uma festa com o pessoal do restaurante; eles são atenciosos e animados. Saí de lá satisfeito e pronto pra semana que ia começar. Hoje, sexta-feira de novo, um frio danado e eu com fome. Estava relutando em sair, mas me lembrei do indiano. Era a motivação que eu precisava. Tomei um banho e fui pra rua encarar o -1oC que tava fazendo lá fora. Cheguei e o pessoal já me reconheceu. Rapidinho me arranjaram uma mesa e uma Pilsner. Cardápio na mão, comecei a aventura para escolher um prato. Nesse tempo, percebi que havia até que bastante gente no restaurante, mas tinha muito pouco barulho. Isso também é meio característica do povo daqui (bom, europeu de modo geral): ficar bem contido em lugares públicos (fora nos bares em que o povo bebe até e aí enfia o pé na jaca). Depois de um tempo, escolhi um carneiro com “curry” e amêndoas e, é claro, naan. De novo estava bom pra caraca e eu comi mais do que deveria ter comido. Enquanto estava pagando a conta, conversava com um dos garçons (o menorzinho da foto) e perguntei coisas sobre a vida deles (de onde vieram – sou incapaz de repetir –, quanto tempo estavam aqui...). Uma das coisas que me chamou a atenção foi quando perguntei se não sentia saudade de casa, me referindo à cidade, ao país natal. Ele respondeu que casa era onde vc se sente bem e, então, ele estava em casa. Acho que ele tem razão, mas eu tô contando os dias pra voltar. Não tem muito a ver com o assunto, mas desde que cheguei aqui, não escutei ou vi ou li nenhuma referência ao Brasil. Nada que lembrasse o país, o povo, nenhuma música, nada. Até que nessa semana encontrei. Tá na foto aí embaixo. Não preciso comentar nada. É autoexplicativa. Ahoj. Nashledanou.












                                                          http://www.pontopapeis.com.br/

                                                         osbarnaquinta@gmail.com

Nenhum comentário: